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terça-feira, 1 de maio de 2012

Capacidade para a matemática, um dom natural?

  O matemático nasce com o dom ou o desenvolve? Para o alívio dos que têm facilidade com os números, consolo dos que não se dão bem com o 'dois mais dois' e infortúnio dos que se empenham em seguir profissões técnicas e científicas e sofrem com as equações, logaritmos e fórmulas, algumas crianças nascem com uma capacidade natural para as matemática e outras não.
  Pesquisadores da Universidade Johns Hopkins em Baltimore (EUA) analisaram o "sentido numérico" (a habilidade de uma pessoa para utilizar os números e realizar cálculos) de 200 crianças de nível pré-escolar com idade média de quatro anos.
  As crianças tiveram de realizar uma série de provas, como observar os grupos de pontos azuis e amarelos que apareciam na tela de um computador e adivinhar que grupos tinham mais pontos. Para avaliar suas capacidades matemáticas, elas tiveram de contar em voz alta e resolver alguns simples problemas de soma.

  Cerca de 6% das pessoas sofrem de discalculia, um transtorno neurológico (Foto: EFE/Franck Robichon)Os pesquisadores - liderados pela psicóloga Melissa Libertus, bolsista de pós-doutorado do Departamento de Ciências Psicológicas e Neurológicas da Johns Hopkins - comprovaram que aquelas crianças que pontuavam melhor nas provas do "sentido numérico" tendiam a ser melhores nas provas de capacidades matemáticas.
  Dado que os participantes do estudo ainda não recebiam uma instrução formal em matemática, os especialistas da Universidade concluíram que a capacidade matemática nas crianças pré-escolares se associa diretamente ao seu "sentido numérico" inato.
  As pessoas usam cotidianamente o sentido numérico para calcular, por exemplo, a quantidade de pessoas que assistem a uma reunião ou quantos assentos estão livres em uma sala de espetáculos, explicam os autores do estudo.
  De acordo com Melissa Libertus, "a relação entre o sentido numérico e a capacidade matemática é importante porque até agora achávamos que o primeiro era universal, enquanto a segunda dependia em grande medida da cultura e da linguagem e se aprende durante muitos anos".

"Por isso, uma relação entre sentido numérico e capacidade matemática é surpreendente, e desperta várias perguntas e problemas importantes, como se é possível treinar o sentido numérico de uma criança para melhorar sua capacidade matemática futura", destaca Melissa.
 
Elas calculam assim como eles
 
  A crença de que a mulher tem menos capacidade do que o homem para as questões numéricas é falsa, pois não existe nenhum motivo biológico para isso, de acordo com uma pesquisa da Universidade de Wisconsin em Madison (EUA).
  Após revisar todos os estudos contemporâneos sobre o tema, os pesquisadores da Wisconsin concluíram que "não existe uma diferença inata para a matemática entre homens e mulheres e há países onde meninos e meninas são igualmente bons nesta disciplina".
  O fato de que elas não tenham tanto destaque quanto eles no mundo dos números e cálculos se justifica por fatores culturais, como as desigualdades sociais que as mulheres viveram ao longo da história e como a falta de oportunidades para ter acesso à mesma educação que os homens", explica a pesquisadora Janet Mertz, uma das autoras do estudo.
  O levantamento buscou constatar se há diferenças de gênero em relação ao rendimento matemático na população, se essas diferenças existem entre as pessoas com mais aptidão para os números e se existem mulheres com grande talento matemático. Após avaliar as pontuações de mulheres e homens em diversas provas matemática, em diferentes países, os autores comprovaram que a suposta superioridade masculina para a matemática carece de base científica.
  Para Mertz, as mulheres tiveram muito menos oportunidades de acesso a uma educação matemática, e só no início do século XXI as coisas começaram a se igualar no mundo desenvolvido. "Quando elas têm acesso a mais oportunidades educacionais e trabalhistas em áreas que requeiram conhecimentos avançados de matemática, será possível perceber que elas podem render muito bem neste campo".
  O que está demonstrado cientificamente é que cerca de 6% das pessoas sofrem de discalculia, um transtorno neurológico que dificulta a aprendizagem da matemática e pode afetar pessoas inteligentes, alfabetizadas e saudáveis.
  Especialistas do Instituto de Neurociência Cognitiva da Universidade de Londres desenvolveram um programa de computador que pode facilitar o estudo da matemática entre os alunos que sofrem desta desordem.
  Segundo o médico Brian Butterworth, um dos autores do estudo, a discalculia dificulta a compreensão e a realização de cálculos entre as pessoas que sofrem dela, e na maioria dos casos esta alteração tem origem genética. Sabe-se que um fator genético influi no desenvolvimento desta incapacidade aritmética, mas ainda são desconhecidos os genes envolvidos no transtorno.
  O novo software "imita os professores especialistas na educação de alunos com discalculia e proporciona práticas não supervisionadas aos estudantes com séries de operações aritméticas", ressalta Butterworth, em declarações ao serviço de informações científica "Plataforma SINC".

Pesquisa realizada no site:
 http://br.noticias.yahoo.com

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