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segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Coisas que eu queria saber aos 21: Marilda Sotomayor

 Para professora da USP, carreira acadêmica oferece dinamismo, diversificação intelectual e gratificação

"Aos 21 anos estava cursando licenciatura em Matemática na Faculdade Nacional de Filosofia, Ciências e Letras da antiga Universidade do Brasil (hoje UFRJ). Queria ser professora de matemática de curso secundário, como a minha mãe, que despertou em mim o gosto por esta disciplina quando eu ainda era criança e disputava com seus alunos a resolução de problemas que ela selecionava dos livros do Ary Quintela.
'Escrevi com Alvin Roth um livro que atraiu economistas para um tema antes restrito a matemáticos' - Hélvio Romero/Estadão

'Escrevi com Alvin Roth um livro que atraiu economistas para um tema antes restrito a matemáticos'
Estes livros, que eram muito respeitados e temidos pelos estudantes, eram adotados no ginásio que cursei da Escola Normal Carmela Dutra, onde me formei em professora primária.
Tudo ia bem até que, ao se aproximar o fim do curso, as conversas com os colegas sobre as possibilidades de profissão que a licenciatura proporcionava me fizeram despertar para uma realidade pouco animadora. Parecia que todo aquele conhecimento que adquirira na faculdade estaria fadado ao esquecimento, visto que deveria ensinar somente o que aprendera no curso secundário. Era angustiante imaginar parar de estudar e não ter mais o desafio de resolver problemas novos de matemática!
Foi aí então que, através de uma palestra proferida a convite de nossa turma pelo professor Lindolpho de Carvalho Dias sobre a carreira de matemático, tomei conhecimento de que existia o Impa (Instituto de Matemática Pura e Aplicada), do qual o professor Lindolpho era diretor, e que formava mestres e doutores em Matemática.
Um mundo novo, no qual eu parecia me encaixar bem, estava abrindo suas portas para mim. Quando terminei a graduação, ingressei no Impa e fiz os cursos de iniciação científica para complementar o meu curso de licenciatura, e logo depois fui aceita no mestrado em Matemática, sob a orientação do professor Elon Lages Lima, notável, entre outros méritos, por sua excelente e numerosa obra bibliográfica matemática de penetração em todos os níveis, incluindo a pesquisa.
Graças ao trabalho pioneiro de alguns poucos pesquisadores, entre os quais estava Mauricio Peixoto, lenda viva da matemática brasileira, o Impa já estava entre os melhores centros de pesquisa em matemática da América Latina. Nessa época, o prestigioso título de mestre em Matemática conferido pela instituição já era disputado por professores de diversas universidades brasileiras.
Ainda no início do mestrado fui contratada pelo Departamento de Matemática da PUC-Rio, onde trabalhei até 1993, quando me mudei para o Departamento de Economia da UFRJ. Em 1997 vim para o Departamento de Economia da USP, onde estou até a presente data.
No meu doutorado, com título outorgado pelo Departamento de Matemática da PUC-Rio, mas realizado na sua maior parte no Impa, fui orientada por Jack Schechtman. A idéia era fazer uma tese em Processos Estocásticos, mas, dizendo querer testar a minha habilidade em tratar com a Economia Matemática, Jack me propôs um problema em Crescimento Econômico. Era uma extensão do problema abordado por ele em sua tese de doutorado, realizado na Universidade da Califórnia em Berkeley, sob a orientação do grande economista matemático David Gale (1921–2008).
Tendo sido bem sucedida, Jack me convenceu a transformar aquele problema na minha tese.
Este trabalho foi aceito para publicação no Journal of Economic Theory, o que me animou a seguir com a carreira científica. Em janeiro de 1983, com uma bolsa de pós-doutorado do CNPq, rumei para Berkeley, esperando aprimorar, com Gale, meus conhecimentos sobre Crescimento Econômico. Porém, para meu desapontamento, Gale não estava mais interessado nesta área. Estava envolvido com a Teoria dos Mercados de Matching, o ramo da Teoria dos Jogos que está sendo homenageado este ano através da premiação, com o Nobel de Economia, dos matemáticos Alvin Roth e Lloyd Shapley. Gale e Shapley escreveram o artigo seminal neste assunto em 1962. Shapley foi premiado por ter sido um dos fundadores da teoria, enquanto Roth, por ter liderado as aplicações aos mercados de matching do mundo real.
Voltei, então, o meu interesse para a nova teoria, dando início a uma profícua colaboração com Gale, que gerou vários artigos em coautoria. Mas foi com Alvin Roth, então professor da Universidade de Pittsburgh, que escrevi o mais relevante deles. Trata-se do livro Two-sided matching. A study in game-theoretic modeling and analysis, publicado em 1990 pela Cambridge University Press. Este livro, que compila toda a teoria de matching existente até o ano de sua publicação, teve o mérito de atrair a atenção de um grande número de economistas para uma área de pesquisas que era, até aquela época, de interesse quase exclusivo de matemáticos. Devido a ele, eu e Roth recebemos o Lanchester Prize de 1990, um dos prêmios mais cobiçados na área de Pesquisa Operacional, e outorgado pela Operation Research Society of America. Em 2010 fomos homenageados com um congresso intitulado Roth and Sotomayor: Twenty years after, organizado na Universidade Duke, para celebrar os 20 anos de publicação do livro.
Tenho ensinado regularmente Teoria dos Jogos, orientado alunos em Desenho de Mercados, organizado congressos e escrito artigos em matching, que me renderam vários prêmios e honrarias acadêmicas - a mais prestigiosa foi ter sido eleita fellow da Econometric Society em 2003.
Para o jovem que se defronta com o problema de escolher a carreira, diria que, como foi no meu caso, a vida acadêmica é uma opção que vale a pena. O trabalho na universidade oferece um ambiente ímpar: dinâmico, intelectualmente diversificado e estimulante, além de ser uma atividade que pode ser extremamente gratificante, na medida em que promove a interação com jovens estudantes e permite o contato com especialistas de diversas áreas do conhecimento."

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Medalhista de ouro vira exemplo em cidade do interior do Piauí

 Sandoel Vieira teve destaque na Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas

É ele quem melhor traduz o termo “efeito multiplicador”. A expressão é usada pelos professores da Escola Estadual Augustinho Brandão quando mencionam alunos que devem ser vistos como modelo. E coube a Sandoel Vieira, de 19 anos, carregar esse adjetivo desde 2006, quando se tornou o primeiro aluno da escola a ganhar uma medalha de ouro na Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas
Sandoel, de 19 anos, já faz aulas de mestrado na UFPI - Davi Lira/Estadão

Sandoel, de 19 anos, já faz aulas de mestrado na UFPI
“Sandoel é referência para todo mundo”, conta a irmã, Samara Brito, de 17 anos, aluna do 3.º ano na mesma escola onde o irmão estudou. Em 2011, o rapaz deixou Cocal dos Alves e partiu para Teresina. “Um dos primeiros objetivos que tracei, o de entrar na faculdade, já consegui alcançar. Agora, já estou indo para o 4.º período de Matemática na UFPI”, diz.
A desenvoltura de Sandoel na área de exatas fez com que fosse incentivado a frequentar disciplinas do mestrado. Aconselhado pelo professor João Xavier da Cruz Neto – seu orientador desde a primeira vitória na olimpíada –, Sandoel aceitou o desafio de cursar o mestrado (como ouvinte) junto com a graduação.
“Ele foi um dos selecionados entre mais de 140 alunos que disputavam as 20 vagas do programa de pós-graduação. E da turma todos já o consideram o melhor do grupo”, diz o conterrâneo Vitaliano Amaral, de 29 anos, aluno do mestrado.
“Ele não é bom, ele é muito bom”, diz o professor Antonio Cardoso do Amaral, seu tutor. E esses incentivos dos professores foram fundamentais para a trajetória trilhada pelo filho da dona de casa Francisca Brito. “Eles sempre apoiaram muito e ele sempre teve vontade de estudar”, diz Francisca.
De Cocal dos Alves, restam as saudades do pai, da mãe e das três irmãs. “A distância sempre traz saudades, mas não pretendo voltar. Quero seguir carreira acadêmica e me tornar um grande pesquisador”, promete. 

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Início do conteúdo Sucesso de escola do Piauí em vestibular e olimpíadas surpreende

'Devemos trabalhar como olheiros que buscam os talentos dos alunos', diz Amaral - Davi Lira/Estadão

Augustinho Brandão já conquistou mais de 20 medalhas em competição de matemática

 
Devemos trabalhar como olheiros que buscam os talentos dos alunos', diz Amaral
Com menos de dez anos de existência, a escola Augustinho Brandão já acumula vários prêmios em competições. Nas Olimpíadas de Matemática das Escolas Públicas (Obmep), por exemplo, conquistou mais de 20 medalhas – o que faz da instituição uma das mais premiadas do Brasil.
“Conhecemos o caso de sucesso de Cocal dos Alves desde 2005. E a origem desse êxito tem muito a ver com as olimpíadas”, afirma César Camacho, diretor-geral do Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (Impa), que organiza o evento.
“Proporcionalmente, em relação ao número de habitantes, somos a cidade que mais medalhas conquistou na Obmep”, diz o coordenador pedagógico da escola, Darckson Machado.
Foi com a preparação para as olimpíadas, posterior sistematização de estudos, atenção especial aos alunos e trabalho focado na resolução de dúvidas, que a escola passou a ter uma boa gestão. Mas parte desse desempenho – sempre relacionado ao trabalho do professor de matemática Antônio Cardoso do Amaral – pode ter sido conquistado sob um ambiente de forte pressão e competição entre os alunos, afirma Regina Rocha, que trabalhou como psicóloga na cidade. Ela diz que, em 2010, algumas mães pediram que Regina ajudasse a cuidar dos filhos, que sofriam com excesso de estudo.
Para o estudante Izael de Brito Araújo, de 16 anos, do 1.º ano, a alegação não faz sentido. “O que existe é uma competição saudável. Se um conseguiu, por que eu não posso?”, diz. A escola também é campeã em aprovação nos vestibulares. As taxas de aprovação nunca foram menores que 70%. Em 2010, todos os alunos que prestaram vestibular entraram na UFPI.
Orientações
À pedido do Estado, o professor Amaral destacou algumas sugestões para que quaisquer escolas públicas possa vir a ter um bom desempenho nas olimpíadas de matemática. Repassamos as orientações na íntegra:
1) TRATAR O ASSUNTO "OLIMPÍADA DE MATEMÁTICA" COM CUIDADO E COERÊNCIA - Não esquecer que participar de uma olimpíada implica entrar em uma competição. Portanto, é preciso ficar bem atento para que isso seja feito através do exercício do espírito de competição que cada indvíduo possui, ou seja, sabendo que  haverá ganhadores e não ganhadores. Além disso, é importante eleger como objetivo maior o aprendizado que fica através das preparações e estudo em grupo. Nunca obrigar a participação dos alunos mas sim, convidá-los. Ter bastante cuidado na divulgação de notas de classificação também é outro ponto fundamental.
2) MOSTRAR AS VANTAGENS DE PARTICIPAR DE OLIMPÍADAS - Ganhar medalhas ou menções honrosas em competições olímpicas significa ser um bom aluno, ao menos naquilo que ganhou. Por conta disso, o governo incentiva estes estudantes através de bolsas e participação em programas de aprimoramento para ajudá-los a seguir carreira científica. É muito importante que o professor conheça todas as vantagens que uma competição olímpica oferece para levar aos seus alunos. Mostrar ou ter exemplos de estudantes bem sucedidos que tiveram participação em olimpíadas quando na educação básica, é uma boa estratégia. Insitir que é indiferente se o estudante mora no interior ou se ele vive na cidade grande. O importante é estudar bastante.
3) DAR ASSISTÊNCIA AOS INTERESSADOS - Uma vez conquistado uma turma ou um grupo de alunos para a participação em competições olímpicas, o maior desafio é ter uma boa preparação para as aulas de treino. Pesquisar, conhecer provas de outras edições e bancos de questões são os menores atributos para a condução de boas aulas. Dependendo do ambiente escolar e do grupo de alunos, tudo isso pode ser feito em conjunto.
4) MOTIVAR E PARTICIPAR PARA ATINGIR METAS - Acredita-se que o envolvimento de boa parte dos alunos de uma escola em competições pode servir para aumentar o nível de aprendizado entre todos, principalmente porque motiva o estudo de grupo e isso gera um efeito multiplicativo de conhecimento. Um grande exemplo disso é Cocal dos Alves, um município no interior do Piauí. Portanto, é possível que o projeto de preparação para as olimpíadas de matemática esteja dentro da proposta pedagógica da escola como uma importante ferramenta para melhorar os indicadores de rendimento escolar.

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sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Robótica é usada para ensino da matemática e da ciência

A quarta seletiva do torneio estadual de Robótica do SESI será realizada simultaneamente às provas da Olimpíada do Conhecimento

Robótica móvel inteligente, Olimpíada do Conhecimento 2008. (Foto: José Paulo Lacerda)Robótica móvel inteligente, Olimpíada do
Conhecimento 2008.
  
  Aprender ciência brincando. Essa é a principal função do estímulo dado aos alunos do ensino fundamental das escolas do Serviço Social da Indústria (SESI) de São Paulo durante os eventos de robótica.
   Foi com o objetivo de ensinar matemática de forma lúdica e desafiadora que o SESI criou, em 2008, o Torneio de Robótica. Este ano, a instituição vai promover, um festival, ou seja, a maior etapa seletiva estadual das oito etapas classificatórias para o 4º Torneio SESI-SP de Robótica (modalidade FIRST® LEGO® League - FLL), durante a 7ª Olimpíada do Conhecimento.
   Serão cerca de 300 alunos do ensino fundamental do SESI, a partir de 11 anos, de várias escolas do estado de São Paulo, divididos em 40 equipes, realizando o desafio de programar e construir um robô que, de forma autônoma, resolva o problema proposto por eles no projeto de pesquisa. Nesta temporada, o tema do desafio é o Senior Solutions, que pede soluções inovadoras para manter a qualidade de vida na terceira idade.
   Cada equipe, de seis alunos, um técnico e um mentor, deverá conduzir o robô por um circuito com 15 missões. Os grupos serão avaliados em quatro quesitos: realização das missões; apresentação do projeto de pesquisa; projeto de robô; e trabalho em equipe.
   Segundo Mario Eugênio Simões Onofre, assessor da diretoria do SESI e coordenador das competições de Robótica, as equipes deverão identificar um problema no bairro ou na comunidade onde vivem, propor uma solução para o envelhecimento saudável e compartilhar o resultado com a comunidade:

“A ciência só é válida se for útil. Ou seja, só tem valor quando aplicada em prol da melhoria na vida das pessoas”, disse.

   Dessa forma o técnico e o mentor têm papel fundamental no processo de aprendizagem. O técnico, em geral é um analista de informática, que tem a função de traduzir conceitos em termos práticos. “Ele faz a correlação entre a matemática e a robótica, por exemplo”, explica o coordenador. Por outro lado, o mentor, que pode ser um professor de matemática ou de física, garante o bem-estar do time, gerenciando as tarefas não-técnicas.
   O foco é envolver os estudantes nas áreas da ciência, engenharia, tecnologia e despertar o interesse deles para formar futuros engenheiros. “Saber programar, por exemplo, é fundamental para todas as áreas industriais. Os princípios ensinados para estes alunos são os mesmos de um robô industrial” afirma Onofre.
   Ao final dessas oito seletivas, as 34 equipes melhor colocadas seguem para a Etapa Estadual da competição, que selecionará oito times para a Etapa Nacional a ser realizada em dezembro. Os vencedores podem, ainda, conquistar vaga para o campeonato internacional. Além das vagas, que as equipes vão conquistando ao longo das etapas, elas também ganham troféus e medalhas.

Metodologia

   A metodologia usada pelo SESI-SP visa estimular e desenvolver competências e habilidades para a aplicação da ciência, desmistificando o uso da tecnologia na vida moderna. Os projetos de robótica são criados com kits didáticos da LEGO ® e supervisionados por analistas de suporte em informática.
   O torneio tem parceria com a organização norte-americana For Inspiration and Recognition of Science and Technology (FIRST), fundada em 1989 para estimular o ensino e a prática da ciência e da tecnologia entre os jovens.
   Mundialmente, a entidade congrega mais de 212 mil estudantes, 19,5 mil times, 17,5 mil robôs, 57 mil mentores e 33 mil voluntários.

   O torneio de Robótica do SESI é uma competição anual. A quarta seletiva estadual, a ser realizada na 7ª edição da Olimpíada do Conhecimento, contará com exibição de outras duas categorias da robótica mundial: a WRO
   Gen II Football (futebol de robôs) e a OBR - Desafio de Resgate. Também participarão do Festival dois times internacionais - um da Alemanha e outro da Holanda - que serão desfiados pelos alunos do SESI-SP nas missões da First Lego League.


Pesquisa realizada no site:
 http://g1.globo.com

Cresce índice de alunos que aprendem o esperado em matemática

Inep divulgou microdados da Prova Brasil 2011 dia 7 de novembro .Ensino adequado em matemática subiu 3% no 5º ano e 2% no 9º ano.






Matemática (Foto: Reprodução/Reprodução)
   
  As redes públicas de ensino do Brasil conseguiram aumentar a porcentagem de estudantes do 9º ano do ensino fundamental com aprendizado adequado em matemática. De acordo com dados da Prova Brasil 2011, divulgados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) na quarta-feira (7), 12% dos alunos neste nível apresentaram o conhecimento esperado na resolução de problemas em matemática. O número, apesar de ser considerado baixo, cresceu dois pontos percentuais em relação aos dados de 2009, de 10% para 12%. Em 2007, a porcentagem era de 9%.
   Nas turmas de alunos do 5º ano do fundamental, a porcentagem de estudantes com aprendizado adequado subiu de 30% para 33% entre 2009 e 2011. Em 2007, a porcentagem era de 22%.
   A meta não oficial do Movimento Todos pela Educação, financiado pela iniciativa privada para defender a educação pública de qualidade no Brasil, é que proporção de alunos que deve aprender o adequado até 2022 seja de 70%.
   Por outro lado, a parcela de estudantes do 9º ano com aprendizado esperado ou além da expectativa na prova de português caiu um ponto percentual entre 2009 e 2011, de 23% para 22%. No 5º ano, a prova de língua portuguesa foi a que mais avançou em termos de aprendizado adequado: 37% dos alunos atingiram o nível adequado, contra 32% em 2009.
   Veja abaixo quadro comparativo do Portal Qedu que mostra a evolução do aprendizado em matemática no 9º ano do fundamental nas edições de 2007, 2009 e 2011 da Prova Brasil:


Evolução do aprendizado em matemática da Prova Brasil, em quadro comparativo do Portal QEdu (Foto: Reprodução)Evolução do aprendizado do 9º ano em matemática da Prova Brasil, em quadro comparativo do Portal QEdu

Em São Paulo, redes municipais avançam, mas a estudal regride

   Nos resultados estaduais, seis dos 26 estados e do Distrito Federal tiveram desempenho igual ou pior que a edição anterior da prova de matemática do 9º ano. São Paulo, Amapá, Maranhão e Rio Grande do Norte ficaram estagnados em 12%, 3%, 4% e 6%, respectivamente. Os números representam a porcentagem de alunos prestes a entrar no ensino médio com nível adequado de aprendizado na matéria.

Nos estados de Alagoas e Mato Grosso, essa porcentagem ficou em 3% e 9%, respectivamente. Em ambos, o desempenho esperado ficou um ponto percentual abaixo do que o resultado da Prova Brasil 2009.


EVOLUÇÃO DO APRENDIZADO ADEQUADO DE ALUNOS DO 9º ANO DO FUNDAMENTAL EM MATEMÁTICA NA PROVA BRASIL*
Unidades da
Federação
Variação
RJ +4%
CE, DF, ES, GO, MG, RO +3%
AC, MS, PE, PI, SC, SE, TO +2%
AM, BA, PA, PB, PR, RR, RS +1%
AP, MA, RN, SP 0%
AL, MT -1%
BRASIL +2%
Fonte: Inep, com dados comparativos do Portal QEdu

   
  No caso paulista, apenas 12 em cada 100 dos 510 mil estudantes do 9º ano do ensino fundamental das redes públicas do Estado de São Paulo que fizeram a Prova Brasil 2011 demonstraram um aprendizado considerado adequado para a série em que estavam matriculados.
Esse cenário considera todas as escolas públicas. Porém, no recorte específico das escolas da rede estadual, a porcentagem de alunos nas faixas de desempenho adequado foi de 11% em 2011, um ponto porcentual a menos que em 2009. Procurada pelo G1, a Secretaria Estadual de Educação de São Paulo afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que "a melhoria da qualidade de ensino é uma das prioridades do Governo do Estado" e que a rede de ensino estadual ultrapassou suas metas do Índice de   Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) divulgado em agosto.
   Além disso, afirmou que a média de desempenho da Prova Brasil subiu de 242,75 para 244,33. No Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar do Estado de São Paulo (Saresp), a assessoria apontou que também houve avanço no nível de estudantes do 5º e 9º do fundamental, além do ensino médio. "A média de proficiência dos alunos do 5º ano do ensino fundamental subiu 4,4 pontos em matemática. Entre os estudantes do 9º ano do ensino fundamental, a melhora é de 1,9 ponto. E na 3ª série do ensino médio, o crescimento foi de 0,5 ponto."
   Para aprimorar o desempenho dos alunos, a secretaria afirma que implantou, entre outras ações, "a Avaliação da Aprendizagem em Processo, responsável por diagnosticar as defasagens a fim de recuperar o aprendizado no ciclo II do ensino fundamental e no ensino médio".

Escolas das redes municipais do Rio crescem mais

  Em comparação com a Região Sudeste, São Paulo foi o estado com pior desempenho. Rio de Janeiro foi o que mais avançou na porcentagem de alunos do 9º ano com aprendizado adequado em matemática: ela aumentou quatro pontos percentuais, para 14%.

   Minas Gerais e Espírito Santo tiveram crescimento de três pontos percentuais no mesmo quesito, para 22% e 16% (Minas é o estado brasileiro com o melhor desempenho absoluto nesta área da Prova Brasil).
Ceará, Distrito Federal, Goiás e Rondônia também viram a mesma porcentagem aumentar t

   Porém, no Rio, assim como em São Paulo, as redes municipais foram as responsáveis pelo resultado melhor que na edição anterior da prova. A rede estadual do governo do Rio não conseguiu aumentar, na edição mais recente, sua porcentagem de alunos no fim do fundamental que aprenderam o esperado em matemática.

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Japonês diz ter resolvido 'problema matemático mais complexo'

   Um matemático da Universidade de Kyoto publicou um documento contendo 500 páginas na internet que descreve a prova da conjectura ABC, uma declaração sobre a relação entre números primos que tem sido considerado o problema não resolvido mais importante e complexo da matemática.
   De acordo com o jornal britânico Telegraph, Shinichi Mochizuki, 43 anos, levou quatro anos para calcular as provas e, caso elas sejam confirmadas, seria um dos maiores alcances matemáticos deste século. A confirmação, porém, pode demorar o mesmo tempo que Mochizuki levou para criar a nova linguagem matemática, que explica os passos tomados para chegar à conclusão do cálculo.
  A conjectura ABC foi primeiramente proposta pelo matemático britânico David Masser, em 1985, juntamente com o francês Joseph Oesterle. No entanto, a teoria nunca foi provada. Ela se refere à equação a+b=c, que envolve o conceito de números que não podem ser divididos pelo quadrado de qualquer número. Por exemplo, 15 e 17 são números quadrados, mas 16 não, por que é divisível por 32.
  O matemático Dorian Goldfeld, da Columbia University em Nova York, afirmou que a descoberta de Mochizuki é "um dos maiores alcances matemáticos do século 21". Em seu website, Mochizuki se descreveu como um "geométrico inter universal", e não um matemático.

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Matemática: jogos e programas de computador facilitam aprendizado

Jogos facilitam o aprendizado do aluno e permitem que o professor acompanhe as dificuldades com determinado conteúdo. Foto: Antonio Batalha, Firjan/Divulgação Jogos facilitam o aprendizado do aluno e permitem que o professor acompanhe as dificuldades com determinado conteúdo

  A pilha com bolas de sorvete cresce a cada resposta correta sobre a tabuada, premiando quem consegue a de maior tamanho. Resolver equações de primeiro grau torna-se condição para a formação dos átomos que farão parte dos experimentos de um cientista. As duas propostas são exemplos de jogos que aliam o aprendizado de matemática à diversão e fazem parte do Programa Sesi Matemática, que beneficiará as escolas estaduais do Rio de Janeiro.
  Até agora, apenas uma das 11 escolas previstas na primeira fase de implantação do programa recebeu o kit com os jogos. Mas já é possível perceber o impacto nos estudantes. Em setembro, foi inaugurada uma sala especial no Colégio Estadual Compositor Luiz Carlos da Vila, em Manguinhos. Duas turmas do primeiro ano do ensino médio participam do projeto. "A gente nota uma diferença muito grande. Eles estão gostando muito, ficam mais tranquilos, mais concentrados", avalia a diretora-adjunta da escola, Elaine Gayoso. Segundo ela, a experiência tem dado tão certo que professores de outras turmas estão procurando horários para levarem seus alunos ao laboratório.
  Em contraste aos objetos impressos no livro didático, a interação proporcionada pelo ambiente virtual facilita a assimilação do conteúdo, analisa o professor-adjunto da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília (UnB) Cristiano Alberto Muniz. "A criança consegue trabalhar com uma representação dos objetos matemáticos de forma mais dinâmica", explica. A criação de um espaço de experimentação, onde é possível acertar e errar sem que haja a sensação de punição muitas vezes imposta pela marca da borracha no papel, também é importante, na visão do professor. "Nesse espaço virtual, ela pode apagar, voltar, e isso é fundamental", justifica.
  A riqueza da experiência, tanto para alunos quanto para professores, também conta como ponto a favor, opina Muniz, que também é presidente da Sociedade Brasileira de Educação Matemática (SBEM). Ele acrescenta que uma atividade lúdica como essa torna o aprendizado mais espontâneo, já que a criança deixa de lado a preocupação excessiva em dar uma resposta ao que ele chama de contrato didático. "Em vez de fazer a construção daquilo que o professor espera dele, no jogo ele está mais preocupado em atingir o objetivo da atividade lúdica", entende. Para os docentes, o estímulo à criatividade é a principal vantagem. "O livro pré-estabelece determinados procedimentos e resolução de problemas, enquanto que no ambiente virtual ele é desafiado a construir situações", observa Muniz.
  Os jogos ainda permitem ao professor detectar se o aluno tem dificuldade em determinado conteúdo. A gerente de educação básica do Sesi-RJ, Hozana Cavalcante Meirelles, explica que o próprio programa exibe dicas e informações, ou indica o assunto que deveria ser aprendido antes de o aluno participar daquele jogo. Além disso, o educador tem à disposição um sistema de avaliação que lhe permite monitorar as questões feitas e o tempo que o aluno levou para respondê-las. A partir do relatório gerado ao final de cada desafio, o professor pode propor trabalhos individuais ou outro tipo de atividade de acordo com a necessidade percebida.

Objetivo é difundir programa em escolas do RJ até 2015

  Em 2011, a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), por meio do Sesi-RJ, firmou uma parceria com a desenvolvedora inglesa de jogos matemáticos Manga High. Para a criação dos games, uma equipe no Brasil analisou o currículo instituído pelo Ministério da Educação (MEC) e adaptou ao formato. O conteúdo, segundo Hozana, foi agrupado de acordo com o nível de aprendizado previsto para cada série do ensino fundamental e médio, em colaboração com o Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (Impa). São diversos jogos, alguns com mais de cem fases diferentes, totalizando mais de 50 mil desafios.

  A infraestrutura conta com 40 laptops, lousa digital, projetor, TV de 42 polegadas, quadro branco, mesas em grupos e kit com materiais concretos, como esquadros gigantes, objetos geométricos e brinquedos. Não há previsão para que as outras 10 salas de matemática sejam entregues nas escolas estaduais do Rio de Janeiro e região metropolitana listadas pela Secretaria Estadual de Educação (Seeduc). Para o ano que vem, o plano é expandir o programa para mais 287 escolas - 26 delas com a implantação da sala. Até 2015, a previsão é de que R$ 60 milhões sejam investidos para a cobertura integral das instituições estaduais de ensino no Rio de Janeiro, sendo 10% delas beneficiadas com a construção da sala.
  Para garantir o aproveitamento em sala de aula, os professores passaram por um período de capacitação. Mas o programa também pode ser acessado de fora da escola. Com a opção online, os alunos podem treinar suas habilidades matemáticas a partir de qualquer computador, além de competir com alunos do mundo inteiro.

Software gratuito já é usado em quatro Estados  

  Os jogos que serão oferecidos nas escolas estaduais do Rio de Janeiro seguem a linha de alternativas já existentes para o ensino da matemática com ferramentas digitais. Uma delas é o GeoGebra, um software de matemática dinâmica gratuito e compatível com diferentes plataformas. Criado em 2001 pelo austríaco Markus Hohenwarter, o programa combina conteúdos de geometria, álgebra, tabelas, gráficos, estatística e cálculo. No Brasil, quatro institutos difundem a aplicação, no Rio de Janeiro (RJ), em São Paulo (SP), em Maringá (PR) e em Fortaleza (CE).

  A coordenadora do Instituto GeoGebra São Paulo, Celina Abar, explica que o software pode ser utilizado a partir do momento em que a matemática começa a ser ensinada, inclusive em turmas de alunos mais novos. Para ela, a utilização depende da atitude positiva do docente em relação à ferramenta, bem como do apoio dos órgãos educacionais. O instituto paulista foi o terceiro criado na América Latina e está vinculado à Faculdade de Ciências Exatas e Tecnologia da PUC-SP. Segundo a coordenadora, uma das áreas de pesquisa desenvolvidas recentemente tem se voltado para a adaptação do GeoGebra em tablets.
  Em Santa Catarina, a professora de matemática Ana Lúcia Pintro é uma das adeptas do uso do GeoGebra em sala de aula. Há quatro anos, ela emprega a ferramenta em turmas do 6º ao 9º ano do ensino fundamental em duas escolas municipais: a EMEF Padre José Francisco Bertero, em Criciúma, e a EEF Demétrio Bettiol, em Cocal do Sul. A experiência tem sido gratificante. "Eles assimilam os conceitos fundamentais sem ser uma coisa forçada. É como aprender a falar, a comer", compara a professora.
Sem curso preparatório - Ana Lúcia garante ter aprendido a utilizar o GeoGebra lendo os manuais disponibilizados na internet -, a educadora já elaborou uma lista com mais de 50 jogos e atividades que podem ser explorados com o uso do software. A professora também disponibiliza em seu blog algumas apostilas com essas tarefas para professores que queiram fazer uma experiência com o programa em suas aulas.
  Mesmo com a disponibilidade de programas gratuitos para o ensino da matemática, Celina acredita que as escolas brasileiras têm de passar por uma adequação. "Os professores têm que se adaptar. As crianças já nascem com o dedo na tela", afirma. A coordenadora do Instituto GeoGebra São Paulo também aposta na falta de formação própria para esse fim como uma das causas para a baixa adesão em comparação a outros lugares do mundo. "É um trabalho lento", admite. Para o professor Cristiano Alberto Muniz, a estrutura deficiente também é um fator condicionante. "Nós não disponibilizamos tecnologia para explorar toda essa riqueza", lamenta.
  O presidente da SBEM indica ainda a falta de uma cultura pedagógica que encare as novidades tecnológicas como aliados da educação - segundo ele, a maioria dos professores atuais pertence a uma geração que não teve contato direto com as inovações da área. Além disso, ele afirma que a carência de investimentos também é prejudicial. "O estado tem que investir na alfabetização tecnológica dos professores, ou eles não vão conseguir se apoderar dessas tecnologias como instrumento pedagógico", sentencia.

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quarta-feira, 14 de novembro de 2012

VII Semana de Matemática



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vii semana da matematicaO Departamento de Matemática da UFRR convida a comunidade acadêmica para participar da VII Semana de Matemática, intitulada “A Inserção da Matemática no Mundo Contemporâneo”. O evento ocorrerá de 10 a 14 de dezembro de 2012, no auditório Alexandre Borges e Ciclos Básicos I e II.

Cronograma de execução:

15/10/2012 a 28/11/2012 – Inscrições;
12/11/2012 a 23/11/2012 – Submissão dos trabalhos;
26/11/2012 a 30/11/2012 – Avaliação dos trabalhos;
03/12/2012 a 06/12/2012 – Divulgação dos trabalhos aceitos;
10/12/2012 a 14/12/2012 – Realização do evento.


Os interessados deverão fazer suas inscrições on-line no site do DMAT: http://ufrr.br/dmat/

Pesquisa realizada no site:
 http://ufrr.br/avisos/1758

VI Bienal da Sociedade Brasileira de Matemática


 Pagamento de inscrição para grupos: Caso deseje efetuar o pagamento de taxa de inscrição para grupos e precise receber nota fiscal da SBM, favor enviar ao email oficial do evento (6bienal@ime.unicamp.br) cópia do comprovante de pagamento, os números dos boletos correspondentes e dados para emissão da nota fiscal (nome completo, CPF ou CNPJ, endereço completo - com CEP -  e email).
A VI Bienal da Sociedade Brasileira de Matemática, organizada pelo Instituto de Matemática, Estatística e Computação Científica (IMECC) da Universidade Estadual de Campinas, ocorrerá no período de 3 a 7 de dezembro de 2012.
O evento, que contará com a presença de nomes destacados das diversas áreas, oferecerá conferências, comunicações, minicursos, oficinas, pôsteres digitais, filmes e exposições.
Também serão organizadas mesas-redondas e painéis de discussão, fortalecendo o papel da Bienal como espaço para a discussão de políticas públicas referentes à questão de ensino de matemática, em diversos níveis.
E-mail para contato: 6bienal@ime.unicamp.br

Pesquisa realizada no site:
 http://bienaldematematica.org.br

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Doutor matemática

O inglês Stephen Wolfram, criador do site Wolfram Alpha, quer trocar os médicos por algoritmos na hora de fazer diagnósticos, "a mais matemática das áreas médicas"


Stephen Wolfram
Stephen Wolfram: "os algoritmos saberão o que fazer" (Thos Robinson/Getty Images)

  O inglês Stephen Wolfram, de 53 anos, é especialista em transformar números e dados aparentemente desconexos em informações que fazem sentido. Londrino, adotou os Estados Unidos como lar aos 20 anos, quando foi convidado a ensinar cálculo na Caltech (o respeitado Instituto de Tecnologia da Califórnia). Antes disso, havia passado por Eton, a famosa escola da elite inglesa, e Oxford. Não demorou muito até a nomeação para a bolsa de gênios da Fundação MacArthur — Wolfram foi o mais jovem bolsista a recebê-la.
   Depois de deixar a Caltech, Wolfram "exilou-se" no Instituto de Estudos Avançados de Princeton, que deu emprego a Albert Einstein em todo o tempo em que o físico alemão permaneceu nos EUA. Foi ali, em 1988, que lançou o Mathematica. Hoje, o programa é usado em grandes empresas de engenharia e ciência aplicada, da Ford à Petrobras. Foi Steve Jobs quem o convenceu a voltar atrás em relação ao nome da ferramenta — Wolfram preferia Omega, "mais romântico". O programa rende à Wolfram mais de 20 milhões de dólares por ano.
   Em maio de 2009, foi a vez de lançar o site Wolfram Alpha (www.wolframalpha.com), buscador que, no lugar de páginas sobre o tema procurado, volta com cruzamento de dados e informações. Enquanto o Google retorna para uma busca sobre 'Brasil', por exemplo, o site do governo brasileiro e o verbete correspondente na Wikipedia, o Wolfram Alfa mostra uma coleção organizada de dados sobre o país, desde seu mapa e bandeira até o PIB, expectativa de vida e índices de saúde e educação. Agora, Wolfram quer usar essa capacidade de organizar informação para melhorar os diagnósticos da medicina. "Vejo uma quantidade enorme de pessoas, inclusive médicos, incapazes de interpretar dados. Diagnóstico é informação. Os algoritmos saberão o que fazer." 
   Ele próprio já organizou sua vida em números, coletados desde a infância (uma amostra pode ser vista na página de "recados" de seu site: stephenwolfram.com/scrapbook). Tudo está lá: quantos e-mails envia por dia, quantas horas passa fazendo exercícios por semana, rotinas, atividades, até a frequência com que contrai resfriados. Em conversa por telefone, após participar da conferência Living by Numbers, promovida pela revista americana Wired, em Nova York, Stephen Wolfram falou ao site de VEJA sobre a revolução na medicina diagnóstica, "a mais matemática das áreas médicas", segundo ele. 
 
O que o buscador Wolfram Alpha consegue fazer hoje, no campo médico? Muito pouco. Nós temos como suporte todo tipo de informação que foi jogada na rede, e a processamos com a calculadora do Mathematica, que combina dados, estabelece relações entre duas variáveis, trabalha com algoritmos. Então, por exemplo, a busca "sanduíche de presunto e queijo", no Wolfram Alpha, voltará com informações nutricionais, quantidade de calorias em gordura, comparações entre o quociente nutricional de um sanduíche e outros alimentos, nível de colesterol. Hoje, a informação no site ainda não pode ser cruzada, mas esta é uma guinada inevitável, porque diagnóstico é isso: computar informação. E tudo no universo pode ser computado. 
 
Toda essa informação não depende de uma análise médica, de um especialista, para ser útil? Tudo pode ser computado, mas ainda precisamos decidir o que pode ser automático ou automatizado — esta é uma questão ética que está no horizonte. Eu acredito que podemos combinar o resultado automático com conhecimento, criando um corpo de informações médicas mais sensível. 
 
O senhor coleciona dados de sua vida, toma notas de batimentos cardíacos, horas diárias passadas na frente do computador, passos que dá nas caminhadas sem se cansar. Como utilizar estas informações simples com fins médicos? As pessoas ainda não dão o devido valor a pequenos sinais e hábitos — se prestassem atenção, poderiam prever problemas. Tome como exemplo alguém que tenha arritmia ou palpitação. Em geral, ela vive uma sucessão de episódios e não se dá conta, até que algum dano cardíaco mais grave ocorra. Muitas vezes ela sequer foi ao médico antes. E se ela notasse, dada a frequência, que as palpitações estavam fora do padrão de um ser humano saudável? Um cenário possível é imaginar um diário médico, em que um indivíduo possa computar pequenas ocorrências, insônias, palpitações, dores localizadas. 
 
E como ver estes resultados? Serão de domínio público? O sistema de saúde terá um tipo de acesso; nós, apenas no nível pessoal, como uma conta de e-mail. Isso deve revolucionar a medicina, que deverá se tornar, imagino, mais adequada ao alto nível de especialização que vemos hoje. Porque o que vejo é uma quantidade enorme de pessoas, inclusive médicos, incapazes de interpretar dados. Diagnóstico é informação. Há pacientes que não sabem identificar sinais e não conseguem passar informação adequada aos médicos. E há médicos que não fazem as perguntas corretas e, se as fazem, não conseguem transformá-las em diagnóstico preciso. Os algoritmos saberão o que fazer. Os dados e gráficos, a meu ver, dizem mais que o paciente.
 
Qual seria, então, a função dos médicos? A primeira parte do tratamento - a da coleta e análise inicial das informações - deve ser computadorizada e automatizada. Há computadores muito bons para receber dados e números e estabelecer relações. O papel dos médicos é o da atualização destes parâmetros, investigar o que passou a ser importante no diagnóstico de determinada doença e o que não é mais um dado confiável. Vejo os médicos como pesquisadores e juízes, o macro-olhar sobre o diagnóstico.
   
Como será o acesso de países pobres a este tipo de abordagem médica e científica? O lado bom de automatizar a informação é justamente a democratização dos processos que vem junto. Lugares distantes de centros de medicina diagnóstica poderão fazer uso intenso do diagnóstico via computador. Como a comunicação entre médico e paciente é falha (ou falta ao médico conhecimento suficiente sobre o conjunto de sintomas apresentados), o diagnóstico é falho. Acertar no diagnóstico é fundamental. Por isso, os países pobres podem pressionar o governo e o sistema médico a adotar a medicina automatizada, porque, em síntese, automatizar o diagnóstico vai salvar mais vidas.

Pesquisa realizada no site:
 http://veja.abril.com.br

Matemática da violência

Na guerra entre a PM e o PCC, o homicídio é calculado e inscrito numa disputa que escancara a ineficiência de uma 'política de segurança' calcada em alicerces frágeis

  A propalada eficiência da política de segurança paulista vem desmoronando, sobretudo nos últimos seis meses, tal qual um castelo de cartas diante de um simples toque. A metáfora do castelo de cartas é adequada para expressar a arquitetura frágil e as bases precárias das principais ações elencadas para justificar a "eficácia" dessa política: a expansão do encarceramento e o investimento na Polícia Militar, com o aumento do efetivo policial e a compra de viaturas e equipamentos.
  A drástica redução das taxas de homicídio em São Paulo durante a última década é o principal resultado atribuído à eficiência na condução da política de segurança estadual e é, de fato, um feito inédito, pelo seu alcance e pela velocidade com que ocorreu. Em que pese todo o investimento na política militar e no aumento do número de presos, contudo, a conta não fecha. Não há argumentos suficientes para estabelecer uma relação de causalidade entre esses fatores e, em razão disso, uma pluralidade de elementos é mobilizada para tentar explicar o feito: alteração na composição demográfica da população, campanha pelo desarmamento e trabalho assistencialista de ONGs na periferia.
  Embora não seja possível discutir todos esses fatores, é possível sugerir reflexões. Sobre o aumento do encarceramento, por exemplo. Os presos condenados por homicídio não chegam a 14% da população prisional de São Paulo, o que torna difícil a sustentação do argumento de que o encarceramento é fator explicativo da sua redução, tendo em vista que os outros tipos de crimes têm mantido uma tendência de aumento constante e que, a despeito disso, perfazem o delito pelo qual responde a grande maioria da população carcerária (furto, roubo e tráfico de drogas).
  Voltemos, porém, à questão inicial: a mais recente crise da segurança paulista e a fragilidade da política de segurança pública estadual. A eficiência reivindicada pelo governo estadual nessa área só consegue se constituir como um discurso factível se e na medida em que mantém a invisibilidade daquilo que, volta e meia, volta à cena, a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).
A recusa frenética das autoridades em admitir a existência e a força do PCC é compreensível.   Tratado como tabu, ele representa a principal ameaça ao discurso da eficiência e é, ao mesmo tempo, o elemento chave tanto para a compreensão da redução das taxas de homicídio quanto para o cenário de crise atual, marcado pelo enfrentamento entre criminosos e policiais militares.
O "fator PCC" na redução das taxas de homicídio deve ser compreendido a partir de uma visão mais ampla da sua hegemonia no cenário criminal paulista e da dinâmica engendrada a partir daí.   Criado dentro do sistema carcerário de São Paulo em 1993, o PCC se consolidou dentro e fora das prisões e se constitui, hoje, como o mais importante grupo criminoso atuante no Brasil, tendo o tráfico de drogas como seu carro-chefe. Controlando direta ou indiretamente a quase totalidade do comércio de drogas ilícitas em São Paulo, o PCC se constitui, também, uma "agência reguladora" da economia criminal, impondo regras, observando seu cumprimento e punindo sua transgressão.   Considerando a dinâmica violenta que marca o mercado varejista de entorpecentes, é difícil negar que a existência de uma instância de distribuição dessas mercadorias e de regulação dos conflitos decorrentes produza um impacto considerável no nível de violência física, refletido diretamente nas taxas de homicídios.
  Mas a hegemonia do PCC e a estabilidade daí decorrente são dependentes de um equilíbrio precário, sustentado num tripé: ausência de disputas internas à organização, inexistência de grupos rivais e, finalmente, tensas acomodações com o poder público, através da relação com a administração prisional e as forças policiais. A terceira ponta do tripé apresenta a maior fragilidade e volta e meia se quebra, produzindo a ruptura desse equilíbrio e a implosão da estabilidade, desencadeando espirais de violência física, expressa empiricamente no aumento dos homicídios.
Essa ruptura pode ocorrer em razão de uma infinidade de fatores e, em geral, decorre de uma conjunção deles. No caso atual, tudo sugere que a concentração do combate à facção nas mãos do grupo de elite da PM paulista, elevando os confrontos diretos e resultando num elevado número de criminosos mortos, foi decisiva para a detonação do frágil equilíbrio que sustentava a manutenção das taxas de homicídios nos patamares mais baixos da história recente de São Paulo.
  O atual ciclo de violência expressa claramente a origem desse desequilíbrio a partir da forma que ele adquire, de uma guerra entre a PM e o PCC. Os toques de recolher, as emboscadas, as execuções sumárias e as chacinas compõem um cenário em que o homicídio é estrategicamente calculado, inscrito numa disputa de poder que segue a lógica do extermínio e escancara, de forma perversa, a ineficiência de uma "política de segurança" calcada em alicerces frágeis, passíveis de desmoronar ao menor e mais suave movimento.

Pesquisa realizada no site:
 http://www.estadao.com.br

sábado, 3 de novembro de 2012

Trauma de matemática pode provocar sensação de dor

Pessoas que sofrem com muita ansiedade antes de realizar tarefas envolvendo raciocínio matemático ativam uma parte do cérebro relacionada com a dor

dor matemática cérebro
   A ansiedade que algumas pessoas sentem antes de uma prova de matemática é um das grandes dificuldades do aprendizado, diz estudo. Isso porque ela ativa a parte do cérebro relacionada com a dor (iStockphoto)
   Para algumas pessoas, apenas pensar na realização de um exercício de matemática faz aflorar sensações de tensão, apreensão e até mesmo pavor. Como resultado, muitas delas evitam a matéria a todo custo ao longo da vida escolar e escolhem profissões que envolvam o menor contato possível com números. Mas o que causa tantas impressões negativas? 
 
   Dois pesquisadores, um da Universidade Ocidental de Ontário, no Canadá, e a outra da Universidade de Chicago, nos Estados Unidos, acreditam ter encontrado uma resposta bastante convincente: a culpa é da ansiedade que precede a realização de exercícios de matemática. De acordo com eles, quando colocados diante de uma tarefa matemática, alguns indivíduos ativam a parte do cérebro conhecida por ínsula posterior, responsável por processar impulsos relacionados a uma ameaça iminente ao corpo e, em alguns casos, a dor.

"Essas pessoas não se saem mal em uma prova porque são preguiçosas, mas porque para elas pode ser uma atividade angustiante", afirma o neurocientista Ian Lyons, da Universidade Ocidental de Ontário, no Canadá, e um dos responsáveis pelo estudo publicado na revista científica PLOS ONE. "Para essas pessoas, simplesmente pensar em uma atividade que envolve exercícios matemáticos provoca uma reação cerebral similar àquela que ocorre quando sentimos dor, ao queimarmos a mão, por exemplo", complementa Sian Beilock, da Universidade de Chicago, nos EUA, e também autora do artigo.
 
Trauma — Em alguns casos, os sinais são parecidos com o que o nosso cérebro costuma emitir quando passamos por situações negativas e traumáticas, como no caso de um rompimento amoroso.
 
   Lyons e Sian Beilock formularam a hipótese segundo a qual algum componente neural poderia influenciar o mau desempenho de pessoas ansiosas em relação à matemática. Não se trata, alertam os pesquisadores, de uma dificuldade inata, mas a uma espécie de trauma desenvolvido desde a infância. 
   Para testar a hipótese, os pesquisadores convocaram estudantes universitários para um teste no qual deviam indicar quão apreensivos e tensos costumavam se sentir em determinadas situações (um exemplo de questão é "como você se sente ao abrir um livro de matemática ou de estatística e ver uma página repleta de equações?"). Do total, dois grupos com 14 pessoas foram selecionados, sendo um formado pelos mais ansiosos e o outro pelos que não demonstraram qualquer tipo de trauma com a matéria.

CONHEÇA A PESQUISA
Título original: When Math Hurts: Math Anxiety Predicts Pain Network Activation in Anticipation of Doing Math
Onde foi divulgada: periódico PLOS ONE
Quem fez: Ian M. Lyons e Sian L. Beilock
Instituição: Universidade Ocidental de Ontário, no Canadá, e University of Chicago, nos EUA
Dados de amostragem: 28 estudantes universitários
Resultado: Com a ajuda da ressonância magnética, os pesquisadores viram que a ansiedade que algumas pessoas sentem antes de um teste de matemática ativa a parte do cérebro relacionada à dor física. De acordo com, Ian Lyons, tratar a ansiedade pode ser uma forma de diminuir a rejeição pelos números.
   Eles foram então submetidos a exames de ressonância magnética para mapear a atividade cerebral. Dentro do aparelho, tinham de responder duas sequências de perguntas, metade de raciocínio matemático e metade de ortografia. As questões apareciam de forma aleatória e os participantes só eram avisados se teriam de resolver um problema matemático ou de linguagem com seis segundos de antecedência, o suficiente para encher os que têm medo de matemática de tensão.
 
Ansiedade — Enquanto o desempenho no teste de inglês foi similar nos dois grupos, os voluntários identificados como altamente ansiosos tiveram avaliações significativamente piores com os números — a porcentagem de erro entre os que tinham pavor de matemática foi de 24% enquanto que para os demais foi de 11%.
 
   O curioso é que, entre os muito ansiosos, a atividade na ínsula posterior, medida pelo aparelho de ressonância, atingia seu pico no momento em que o participante era informado do tipo de problema que teria de resolver,  não no momento de tentar resolvê-lo. "Se a dor estivesse relacionada concretamente ao exercício de matemática, o lógico seria uma intensa atividade (na ínsula posterior) quando eles estivessem resolvendo as contas. Mas o que encontramos foi uma antecipação", afirma Lyons.
   De acordo com o pesquisador, os resultados podem ajudar educadores a lidar com alunos mais ansiosos. "A ansiedade, que causa a sensação dolorosa, não nasce conosco. É uma resposta aprendida, uma consequência de alguma memória negativa que carregamos". Essa espécie de trauma – continua o neurocientista – pode ser construída a partir de um mau professor ou por uma situação na qual um garoto é alvo de brincadeiras por não conseguir resolver um problema na lousa.
 
"O estudo nos ajuda a entender porque algumas pessoas evitam os números a ponto de fugirem de profissões que envolvam matemática. Para elas, é uma experiência dolorosa", diz Lyons. "O importante é tratar a ansiedade primeiro, e não tentar fazer um aluno aprender matemática na marra, com uma enxurrada de exercícios."
 
Pesquisa realizada no site:
 http://veja.abril.com.br

domingo, 28 de outubro de 2012

Habilidade matemática está relacionada à capacidade intuitiva de estimar área e quantidade

Pesquisa mostra que pessoas que se saíram melhor em testes intuitivos, nos quais tinham que estimar valores, tiveram melhores resultados em exercícios formais de matemática


Matemática
Matemática: A relação entre a capacidade intuitiva e habilidades formais pode explicar porque algumas pessoas têm mais dificuldade para aprender essa matéria na escola (Thinkstock)
A habilidade matemática dos seres humanos pode estar relacionada com uma capacidade inata de estimar quantidades, que também está presente em animais. É o que mostra uma pesquisa realizada na Universidade de Emory, nos Estados Unidos, e publicada online na edição desta semana da Proceedings of the Nacional Academy of Sciences of the United States of America (PNAS).

CONHEÇA A PESQUISA
Título original: Nonsymbolic number and cumulative area representations contribute shared and unique variance to symbolic math competence
Onde foi divulgada: Proceedings of the Nacional Academy of Sciences of the United States of America (PNAS)
Quem fez: Stella F. Lourenço, Justin W. Bonny, Edmund P. Fernandez e Sonia Rao
Instituição: Universidade de Emory
Dados de amostragem: 65 estudantes universitários
Resultado: As pessoas que se saíram melhor na hora de estimar quantidades tiveram notas mais altas nos exercícios de aritmética, enquanto os que foram melhor no teste de área tiveram melhores resultados com os exercícios de geometria.  
   Até hoje, diversos estudos mostraram que tanto seres humanos quanto animais possuem uma capacidade de estimar a quantidade e o tamanho de objetos sem fazer contas ou medições. Nos seres humanos essa capacidade se manifesta muito cedo, desde recém-nascidos.
Elizabeth Brannon, pesquisadora da Universidade de Duke, nos Estados Unidos, estudou essa habilidade em bebês e macacos. Em um teste realizado com bebês, duas sequências de imagens eram mostradas a eles simultaneamente. Em ambas, pontinhos pretos mudavam de posição à medida que as imagens passavam. A diferença era que em uma delas havia sempre a mesma quantidade de pontos, e na outra a quantidade ia aumentando e diminuindo. Os estudo mostrou que, após um curto espaço de tempo, o bebê começa a olhar apenas para a sequência em que a quantidade de números muda. De acordo com Elizabeth, isso demonstra que os eles são capazes de perceber as mudanças na quantidade de elementos nas imagens.
   Segundo Elizabeth, essa habilidade já foi descrita também em pombos, ratos, galinhas, macacos e até peixes. Para ela, uma possível explicação para o surgimento dessa habilidade vem de tempos remotos, quando os indivíduos precisavam estimar o tamanho de um bando inimigo para saber se valia a pena ou não travar uma disputa com ele.

Apenas humanos – Apesar de compartilharmos essa característica inata com os animais, a capacidade de utilizar a matemática simbólica, ou seja, com conceitos e operações, é restrita aos humanos. 
   A pesquisa desenvolvida na Universidade de Emory mostrou que essa capacidade intuitiva, denominada sistema de aproximação numérica (approximate number system – ANS), está relacionada com a competência matemática. Para isso, foram realizados três tipos de testes. No primeiro, 65 estudantes universitários estimaram, entre dois conjuntos, qual era maior em número e área. Eles também responderam uma série de exercícios avançados de aritmética e geometria e, por último, exercícios de linguagem, sem nenhuma relação com matemática ou conceitos numéricos.
   Os resultados mostraram uma relação entre a ANS e os resultados nos testes formais de exatas. Além disso, os pesquisadores observaram que as pessoas que se saíram melhor na hora de estimar quantidades tiveram notas mais altas nos exercícios de aritmética, enquanto os que foram melhor no teste área tiveram melhores resultados com os exercícios de geometria.  
   
 Controle – Os testes de linguagem foram realizados justamente por não terem nenhuma relação com a matemática, seja ela verbal ou não. Stella Lourenço, integrante do grupo de pesquisadores, explica que esses testes foram feitos para que a inteligência geral da pessoa pudesse ser desconsiderada na hora de medir os resultados da pesquisa. 
Isso significa que o objetivo era descobrir se a pessoa tinha ido bem no teste de matemática intuitiva e formal apenas por ter um alto nível de inteligência ou realmente devido à relação existente entre as duas competências. Como os resultados no teste de língua não seguiram um padrão, como ocorreu nos de matemática, os autores do estudo concluíram que os resultados se referiam realmente à habilidade matemática intuitiva relacionada à formal.

Perspectivas - Para a pesquisadora, essa relação entre a ANS e habilidades matemáticas específicas pode explicar porque algumas pessoas têm mais dificuldade para aprender matemática na escola. "Uma possibilidade é que as pessoas que têm representações não-verbais de quantidade e área menos precisas tenham mais dificuldade para aprender matemática. Talvez essa habilidade não-verbal não tenha sido plenamente desenvolvida nessas pessoas", disse Stella, ao site de VEJA.
Ela ainda afirma que os próximos passos da pesquisa já estão em andamento. Entre eles, está a realização de testes com crianças que ainda não tiveram contato com a matemática formal, da escola. "Nós queremos acompanhar o desenvolvimento dessas habilidades", diz.

Pesquisa realizada no site:
 http://veja.abril.com.br