Acho
que todo mundo que tem um aquário ja ouviu sobre a necessidade de
trocar água do aquário. O motivo das trocas não é
exatamente limpar a água, mas sim purificá-la de substâncias
acumuladas em excesso, e repor alguns elementos que vão sendo depletados
ao longo da vida do aquário. O principal produto acumulado no aquário
é o nitrato, uma proteína que se forma basicamente pelos
processos de decomposição no aquário, tanto da amônia
da urina dos peixes, quanto de restos de alimentos.
O
nitrato em baixas concentrações não faz mal aos peixes,
mas em alta concentração torna os peixes cada vez mais suscetíveis
a doenças e prejudica muito as plantas, causando amarelamento das
folhas, normalmente de baixo para cima, e sua morte.
Nesse
artigo vamos tratar da diminuição dos níveis de nitrato
por trocas de água.
Qual
a quantidade ideal de água a ser trocada?
Aqui
vou abrir um parênteses para garantir que trocar toda a água,
no tradicional processo de desmontar o aquário e lavar tudo certamente
não é o melhor. Dessa forma a concetração de
nitrato cai para zero, mas concomitantemente se destroi toda a biologia
que havia se desenvolvido no aquário, dificultando em muito a sobrevivência
dos peixes e causando sempre baixas entre os mesmos.
Na
sequência de esquemas abaixo temos um aquário que foi montado,
estabilizado, recebeu os peixes lentamente, ao longo de um mês, e
acumula em média, 10 ppm de nitrato por decomposição
ao mês (representado pelas bolinhas vermelhas). À esquerda
temos um aquário aonde são feitas trocas semanais de 10 %
do volume do aquário, e a direita um aquário aonde é
feita uma troca única mensal de 50 % do volume. Cada figura conta
com uma legenda e uma equação matemática, aonde temos
o valor de nitrato antes da troca, que é o valor anterior mais 2,5
ppm (que é a quantidade de nitrato acumulada ao longo de uma semana),
menos 12,5% (no caso das trocas semanais), que representa a quantidade
de nitrato removida na troca, e o valor resultante de nitrato logo após
a troca de água.
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Ou
seja, com essa rotina de trocas de água de 50 % ao mês, através
de uma única troca, voltamos ao valor inicial de 10 ppm de nitrato,
assim, o nitrato está sob controle nesse aquário.
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Conclusões
Para
fins práticos, é aceitável uma concentração
de nitrato de até 25 ppm, sendo que concentrações
superiores a essa começam a ser prejudiciais aos peixes, e as plantas
começam a parar de crescer, ao que se segue o amarelamento das folhas.
No esquema acima, a rotina de trocas de 50 % de água mensal, consegue
manter indefinidamente o nível de nitrato em algo entre 10 ppm e
15 ppm, enquanto que a rotina de trocas menor, mas semanais, não
consegue controlar a subida lenta, mas constante, da concentração
de nitrato. Deve-se levar em conta, na análise dos dados acima,
que alguns valores foram escolhidos para facilitar a compreensão,
mas que não são necessariamente aplicáveis nos casos
reais, como o acúmulo de 10 ppm de nitrato por mês; a quantidade
de nitrato produzida está ligada a diversos fatores, dentre eles:
quantidade de peixes no aquário, quantidade de alimentos oferecidos
aos peixes, qualidade dos alimentos, tipo de filtragem utilizada, periodicidade
na manutenção de filtros externos (quando esses são
usados), uso de resinas para controlar o nitrato ou absorver a amônia
(não deixando essa se transformar em nitrato), presença de
plantas naturais no aquário, e outros.
Cabe
dizer que resolver o problema do excesso de nitrato no aquário através
de uma grande troca d`água pode não ser a melhor solução:
ao mesmo tempo em que alivia a concentração de nitrato, essa
troca pode dar um choque de temperatura ou pH nos peixes, que também
pode ser fatal. Tomemos como exemplo a água de São Paulo
- S.P., que sai da torneira bem alcalina, com pH superior a 7,5, mas com
dureza quase zero (o que faz com que o pH não esteja tamponado,
podendo cair rapida e facilmente caso ácidos sejam liberados no
aquário). Em um aquário montado com essa água a tendência
do pH é acidificar rapidamente com a colocação de
peixes e o subsequente processo de decomposição dos restos
de alimento e dos excrementos dos peixes. Assim, um aquário com
pH inicial de 7,4 pode passar, em questão de dias (digamos 15) para
6,8 e continuar caindo. Os peixes vão se adaptando ao longo do tempo
a essa queda gradual do pH, mas na hora da grande troca de água,
que será feita de uma vez, o choque de pH ao misturar 50 % de água
com pH 7,5 com 50 % com pH 6,8 ou menos, pode ser fatal. Para não
fazer uma troca de água prejudicial, é importante acompanhar
os parâmetros da água do aquário, principalmente o
pH, para saber o que está acontecendo, e até usar esses dados
para decidir quando fazer trocas de água, e a porcentagem das mesmas
Pesquisa realizada no site:
http://www.aquallun.com.br/trocas2.htm
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