Fusão de conceitos para volumetria diferenciada

Fractal
é o termo criado em 1975 por Benoít Mandelbrot para descrever toda
estrutura geométrica não euclidiana de formas similares e repetitivas,
independente da escala.
Provavelmente se você já viu, ou ouviu
falar deste termo, foi relacionado àquelas imagens psicodélicas que nos
causam uma pequena ilusão de ótica, mas, será que já associou tal termo à
Arquitetura e Urbanismo?
Já na antiguidade Fibonacci, com a
sequência de números Fibonacci (a mesma que define a proporção áurea),
mostrou que a matemática pode definir formas (fractais) aplicáveis em
todo o nosso universo; no entanto, o conhecimento específico neste campo
da geometria somente pôde ser desenvolvido após a descoberta e uso do
computador. Sabe-se também que tal conceito relaciona-se diretamente com
as teorias da Complexidade, Chaos, Catástrofe e outros fenômenos
não-lineares ou não previsíveis. Para entender melhor como surgem tais
formas, veja o vídeo abaixo:
Se portanto a matemática e geometria
fractal definem formas aplicáveis ao nosso universo, ela também pode
definir a forma de edificações e cidades inteiras. Frank Lloyd Wright,
“inconscientemente”, já aplicava tal conceito em sua composições
artísticas, como resultado de tal uso da geometria, temos hoje a
primazia de suas igrejas barrocas. Porém, como o conceito de Fractais
somente foi propriamente definido em 1975, o verdadeiro marco para a
Arquitetura foram as obras de Peter Eisenman (House XI, 1978) e o Moving
Arrows, Eros and Other Errors, 1985, que acabou premiado na 3ª Bienal
de Veneza. Em ambas as obras, a repetição de um padrão geométrico
compondo a forma final da edificação é notável à distância.
Já nos dias de hoje esse conceito, ainda que gerando polêmicas e discussões entre arquitetos, matemáticos e pesquisadores da área, é aplicado constantemente em projetos arquitetônicos e, ainda que experimentalmente, gera resultados plausíveis e agradáveis ao olho humano, a exemplo disso, temos o “Cubo d’água” e o ‘Ninho do Pássaro’ da PTW Archtects utilizado nas últimas olimpíadas, bem como a obra abaixo, do grupo Serero Archtects, que utilizou um padrão fractal , estilizou o mesmo e conseguiu uma composição harmoniosa e equilibrada.
A aplicação fractal na arquitetura, no
entanto, não se dá apenas com a estilização de padrões fractais
existentes, mas também com a repetição de formas geométricas básicas que
em conjunto acabam por compor novos volumes, como ocorre no projeto
abaixo, a Federation Square em Melbourne, do LAB Architecture Studio.
Obviamente nada é tão simples como parece, para se chegar à um padrão
fractal através de formas simples a utilização de computadores é
indispensável, já que os cálculos necessários para tanto são dignos dos
engenheiros da NASA (Okay! Exagerei!), mas, isso explica o fato de o
conceito Fractal ter sido desenvolvido mais recentemente.
Não obstante o resultado visual da
obra com aplicações da geometria fractal, também é possível dizer que, a
níveis de estabilidade estrutural, os padrões geométricos são
perfeitos, assim, uma edificação que é projetada com base nos princípios
fractais, acaba por ter sua estrutura definindo sua volumetria e
vice-versa.
No campo urbanístico também há
estudos da aplicação fractal, pesquisadores como Longley e Frankhauser
(1994), comprovaram que as cidades possuem características comuns aos
fractais, tais como, principio de distribuição dos elementos (casas e
edifícios) em larga escala, organização hierárquica interna, não
homogeneidade e fragmentação. A exemplo disso, temos a imagem abaixo com
uma simulação de fractais comparada com um modelo de urbanização de uma
cidade real (Longley, 1994) e um estudo de aplicação fractal e modelos
de padrões fractais aplicáveis ao projeto urbano.
Alunos do mestrado da AA School, aplicaram os estudos de Longley em
um projeto que, apesar de um tanto utópico, propõe a união das
edificações com seu entorno, não apenas na plasticidade e volumetria
como também nas funções, melhorando a circulação de pessoas e acaba por
mostrar como os fractais podem definir espaços e organizar uma cidade.
Resta a nós imaginar se um dia teremos
a difusão desse conceito aplicado à concepção projetual nas escolas de
arquitetura brasileiras.
Pesquisa realizada no site:
http://www.arquitetonico.ufsc.br/arquitetura-e-geometria-fractal
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