Do
alto de seus 18 anos, Marco Antonio Lopes Pedroso já ganhou mais de 15
medalhas em olimpíadas de matemática, química, física e astronomia.
Tantas congratulações o fizeram querer multiplicar o conhecimento.
Assim, ele acabou criando um cursinho preparatório para competições
destinado aos alunos de sua cidade, Santa Isabel, em São Paulo.
Em
dois anos de funcionamento, seu grupo, chamado OSI (Olímpicos de Santa
Isabel), já registrou mais de cem medalhistas em competições como a
OBMEP (Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas) ou a
Olimpíada Brasileira de Astronomia.
Agora,
Marco Antonio enfrenta um dilema: aprovado no MIT (Massachusetts
Institute of Technology), o rapaz busca novos organizadores para tocar
seu projeto adiante. "Até hoje já atendemos uns 300 alunos. Há um
certificado simbólico para os que acompanharam o curso e para os
professores que ajudaram. É tudo voluntário", conta.
Estratégia de sucesso
Além
de Marco Antonio, outros colegas do rapaz e seu irmão mais novo também
lecionam. "E estão surgindo outros projetos. Um deles é em Cajamar e
outro no [colégio] Etapa. Estou torcendo bastante para que deem certo",
diz.
Segundo
o criador do OSI, uma das principais vantagens do curso ministrado por
jovens, é a proximidade com o público alvo. "Os alunos têm aulas com
professores com quase a mesma idade que eles. Então, ficam mais à
vontade."

De onde surgiu a ideia
Até
a sétima série, Marco Antonio estudou em um colégio particular da
cidade. Tinha bolsa de estudos, pois o pai era professor. Mas a escola
faliu e ele foi estudar em uma instituição do Estado. "Foi um choque.
Estava acostumado com uma turma pequena e vi a realidade da escola
pública – com professor faltando e coisa do tipo", lembra.
Nessa época, conta, ele soube que o colégio Etapa, em São Paulo,
fornecia treinamento para a olimpíada de matemática. Fez uma prova de
bolsas e cursou todo o ensino médio com desconto de 100%.
Daí
para replicar o curso preparatório foi um pulinho. Em 2008, estava ele
ministrando as aulas. "Minha mãe me ajudou a procurar diretores de
colégios de Santa Isabel, porque conhecia bastante gente", diz. E foi
assim que tudo começou. Com um espaço cedido e gosto pela matemática. Os
estudantes frequentam gratuitamente - este ano, a única taxa simbólica
vai ser o custo da camiseta, inferior a R$ 10 por pessoa. Nos outros
anos, como o universo de alunos era menor, os próprios professores
bancaram o uniforme.

O
projeto funciona aos finais de semana, quando Marco Antonio volta das
aulas do ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica) - onde cursa o
primeiro ano de engenharia. "Teve gente que já conseguiu bolsa de
estudos e o projeto já ganhou bastante prestígio", afirma.
Pesquisa realizada no site:
http://www.matematiques.com.br
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