Enquanto um relógio digital comum pode ter uma diferença de até dez segundos todo mês, o relógio atômico perde menos de um segundo a cada 138 milhões de anos

O relógio atômico que dita as horas na Grã-Bretanha é agora o mais
preciso do mundo: adianta ou atrasa menos do que um segundo em 138
milhões de anos. É o que afirmam cientistas ingleses do Laboratório
Nacional de Física (NPL) e pesquisadores da Universidade Estadual da
Pensilvânia, nos Estados Unidos.

Relógio atômico de césio da Grã-Bretanha, instalado no Laboratório Nacional de Física (NPL) em Teddington, Londres
Relógios de pêndulo contam as oscilações de um lado para outro para
registrar a passagem do tempo. Relógios digitais podem contar as
oscilações amplificadas de linhas de energia ou da vibração de um
cristal de quartzo. Já relógios atômicos identificam as frequências de
radiação eletromagnética que um átomo emite, sendo, por isso, muito
precisos. A oscilação de átomos de Césio-133 é extremamente uniforme, ao
passo que cristais dificilmente apresentam o mesmo grau de 'pureza',
podendo emitir vibrações diferentes.
O relógio atômico da Grã-Bretanha é um dos poucos do mundo produzidos -
por europeus, americanos e japoneses - com o objetivo de servir como
padrão de frequência para o registro da passagem do tempo. Por essa
razão, definem o Tempo Atômico Internacional e o Tempo Universal
Coordenado (UTC), servindo de modelo para todos os fusos horários do
mundo. Comunicações em geral (incluindo satélites) e até mesmo
transações financeiras são pautadas nesses registros.
Ocorre que, mesmo sendo a forma mais precisa de marcar a passagem do
tempo, o relógio atômico não é perfeito: a precisão vai depender da
temperatura dos átomos. Isso significa que as condições devem ser
controladas para não haver variação que influencie na frequência de
radiação, como interação com campos externos ou colisões entre átomos.
Mesmo em um ambiente supercontrolado, o fenômeno conhecido como Doppler –
uma espécie de ruído causado pela aproximação do átomo com o detector
da vibração —, e os feixes de micro-ondas usados para avaliar a
frequência podem alterar o registro da passagem do tempo.
"As melhorias que relatamos reduziram significativamente as duas
maiores fontes de incerteza na medição do relógio de césio", afirma
Krzysztof Szymaniec, responsável pelo trabalho no NPL. O trabalho,
descrito em um artigo que será publicado no periódico científico Metrologia,
avaliou medições feitas recentemente em relógios de césio e usou
modelos matemáticos para reduzir a incerteza para o menor valor
alcançado até agora.
Pesquisa realizada no site:
http://veja.abril.com.br
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