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quarta-feira, 18 de julho de 2012

Entre a Arte e a Matemática

Os trabalhos de Escher constroem-se, em grande parte, sobre o fascínio por alguns objectos e conceitos matemáticos (infinito, sólidos platónicos, rotações, simetrias, translações...). Não é pois de espantar que a sua obra tenha chamado à atenção de alguns matemáticos, como Penrose e Coxeter. Este último, nota que “...a qualidade estética da sua obra enriquece a dimensão Matemática da lógica, da geometria e do paradoxo e é por ela enriquecida...” (1988, cit. in Martinho, 1996).
Contudo, parece-nos importante referir que Escher nunca teve formação em Matemática. de acordo com a bibliografia consultada, parece ter sido um aluno relativamente fraco a matemática. Aliás, como o próprio Escher referiu várias vezes, não se considerava um matemático. O que não o impedia de reconhecer a proximidade do seu trabalho à Matemática:
 

“...apesar de não possuir qualquer conhecimento ou treino nas ciências exactas, sinto muitas vezes que tenho mais em comum com os matemáticos do que com os meus colegas artistas...”
(1967, cit. in APM, 1998, p.9)

 
Digamos que Escher se “situa” algures entre a Arte e a Matemática,  e  que a sua obra concilia de forma extraordinária estes dois universos, o artístico e o matemático. O seu interesse pela expressão plástica de objectos matemáticos manifesta-se muito cedo e, posteriormente, como ele próprio refere
 
 
“...confrontando os enigmas que nos rodeiam e considerando e analisando as observações que fazia, terminei nos territórios da Matemática...”
(1967, cit. in APM, 1998, p.9)
 
 
Segundo Martinho (1960), alguns dos tópicos matemáticos surgem na obra de Escher como uma antecipação de complexas teorias matemáticas. As pavimentações bidimensionais, consideradas pela autora como “...a mais fecunda das ligações entre a obra de Escher e a Matemática...” (p.65), são um exemplo de tal antecipação.
Na sequência desta pavimentação, surgem as pavimentações do plano hiperbólico, expressas na série de Limite Circular que, segundo Coxeter (1988, cit. in Martinho, 1996, p.66) é o melhor exemplo da relação entre a Arte e a Matemática.
Em síntese, o que a obra de Escher nos fez perceber é que o mundo da Matemática e o mundo da Arte não são tão distintos quanto possa parecer. Embora por vezes se estabeleça uma oposição entre a Arte como emoção e Matemática como razão, a verdade que Escher nos dá a ver é que os domínios estético e racional não são passíveis de ser separáveis (Pappas, 1998).


Pesquisa realizada no site:
 http://www.educ.fc.ul.pt/

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