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segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

A Matemática da Cidade do Samba


Não sei se foi de propósito; mas prefiro acreditar que tenha vindo dos arquétipos gravados nos cérebros dos arquitetos João Uchoa e Vitor Vanderley a idéia de construir da Cidade do Samba em circulo. O circulo é a figura geométrica mais perfeita que existe porque dentro dele cabem todas as figuras conhecidas na geometria. A geometria é a parte da matemática que estuda a extensão e as propriedades das figuras planas (geometria plana e dos sólidos, geometria no espaço).

No oriente as MANDALAS, símbolos de complexidade da mente são circulares. Mandalas são diagramas simbólicos que representam a evolução do universo, em relação a um ponto central. Diagramas são representações de objetos por meio de linhas: desenhos, traçados, delineamentos, esboços.

Segundo Jung, o circulo e as mandalas são representações do universo interior do ser humano. No centro da mandala está o que Jung chamou de SELF, que é o si mesmo, o núcleo e a originalidade impar de cada ser. E aí está, também, o elo cósmico não alcançado plenamente pela inteligência. Em torno do SELF está o consciente que é uma zona repleta de símbolos e imagens, e depois vêm as esferas do subconsciente e do consciente.

Na Cidade do Samba estão as 14 fabricas de carnaval, os antigos barracões. Dentro de cada fábrica de carnaval está a inteligência do desfile, que é de fato uma mandala onde se sentam os dirigentes do grande show business. A Cidade do Samba é hoje uma Távola Redonda, onde os 12 cavaleiros do mesmo valor se sentam, inclusive, o Rei. São 12 escolas de samba que desfilam no Grupo Especial.

As obras da construção da Cidade do Samba começaram em agosto de 2003, sob a responsabilidade do consórcio Delta-Oriente. O terreno de 130 mil m² foi dividido em três partes, sendo 92 mil m² destinados à construção da Cidade do Samba. Na parte posterior a Prefeitura construiu uma Vila Olímpica. Técnicos do Instituto Pereira Passos prepararam as antigas ruas da região para suportar o transporte das gigantescas alegorias no trajeto de ida e volta ao Sambódromo. A pedra fundamental do empreendimento foi lançada em 11 de novembro de 2003. Especificações: * Área construída – 97.000 m² / * Área da Praça – 35.000 m².

Foram construídas 14 fábricas de carnaval, ocupando uma área de 92 mil m². As fábricas de carnaval são formadas por um edifício central, uma praça central ocupada por lonas culturais, uma para espetáculos e outra para exibições, quatro cafeterias com 5 banheiros, dois módulos sanitários públicos, 226 vagas para estacionamento.

Nas fábricas de carnaval, cada com três pavimentos de 600 m², funcionam butiques, almoxarifados, cozinhas, refeitórios, setores administrativos e de criação. Um elevador de cargas atende aos 4 pavilhões, facilita a produção, entregando as oficinas instaladas no pavimento superior à montagem dos carros alegóricos no térreo. Existe um ascensor de carga chega aos 4 pisos facilitando a produção e integrando os trailers instalados no piso superior à montagem dos carros alegóricos no térreo.

  Portões de 10 metros de largura por 7,5 de altura dão passagem aos carros já montados. No entanto, o desmonte é necessário para que as alegorias sejam transportadas pelas ruas da cidade. O vão de 12 metros de altura permite que as alegorias sejam montadas em tamanho natural, atingindo cerca de 8 m. O pátio interno também, de 2.700 m² comporta construção de 12 carros simultâneos.    De uma passarela externa o visitante percorrerá todas as fábricas, assistindo a montagem das alegorias através de vidraças e de uma varando a 8 m de altura.
  O triângulo formado pelos bairros Saúde, Santo Cristo e Gambôa, onde se concentra a área que deu origem ao samba e ao carnaval carioca, foi a região escolhida para a construção da Cidade do Samba. Entre 1500 e 1850 quase metade dos 10 milhões de escravos que foram retirados do continente africano e vieram para o Brasil. O principal local de desembarque foi na Praça Mauá, próximo a Pedra do Sal. Uma série de atividades foram incrementadas na região onde puderam trabalhar como mercados, trapiches, manufaturas.
  A Cidade do Samba está situada no coração da Gambôa, sob os influos da cultura negra. Anteriormente os locais improvisados onde se construíam as alegorias eram pejorativamente chamados de barracões. À medida que as alegorias e adereços foram se sofisticando dos primitivos caixotes de madeiras movimentado por rodas de pilhas, passando por tubos de ferro sustentados por rodas de borracha, aos chassis de caminhões, os espaços dos barracões se tornaram cada vez mais grandiosos, como o Pavilhão de São Cristóvão e mais tarde os armazéns improvisados nos pavilhões das Docas, estas últimas mais próximas do Sambódromo.
  Como na época da construção do Sambódromo o desfile as escolas de samba era olhado com preconceitos, não se pensou em anexar no projeto um local apropriado para a construção das alegorias e adereços. A construção do Sambódromo foi feita improvisadamente, às carreiras, para resolver um impasse intransponível do Contrato de Prestação de Serviços. Apesar de produzirmos o maior espetáculo da Terra, no Sambódromo, não tivemos amadurecimento para olhar o carnaval carioca como coisa séria, digna, capaz de um projeto à altura da grandiosidade dos desfiles das escolas de samba.
  O Sambódromo só dispõe de 60.000 acomodações para os espectadores ao vivo. Com isso abrimos um espaço para um público de mais de 300 milhões de telespectadores no mundo. E também, ninguém pensou em substituir os barracões pelas fábricas de carnaval no projeto do Sambódromo.

* Hiram Araújo é médico, escritor e diretor Cultural da Liesa

Pesquisa realizada no site:
http://www.matematica.seed.pr.gov.br/modules/noticias/article.php?storyid=306

2 comentários:

  1. Olá, Mundo da Matemática!!!

    Aqui no Brasil, tudo acaba em samba!!! Não venham me dizer que faltou a experiência produzida pela vivência de eventos carnavalescos, para justificar essa falta de planejamento de acomodação de espectadores e de locais destinados a outros setores de produção artísticas e de apoio técnico para o sambódromo!!! Faltou foi vontade política, desapego político, planejamento de longo prazo e transparência das verdadeiras intenções, pensadas para aquilo ali!!!
    O que salva no projeto, é que esse espaço tão grandioso, pelo menos permite que uma multidão de pessoas pobres e/ou trabalhadoras, mesmo que encarando subempregos e os biscates, tenham a oportunidade de ganhar algum dinheiro!!!!

    Um abraço!!!!!

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