Em um líquido aparentemente estável, partículas estão submetidas a movimentos contínuos dentro de seu meio
MADRI - Dois pesquisadores espanhóis decifraram as trajetórias das
partículas de um líquido em repouso, que estão submetidas a movimentos
muito complexos e emaranhados apesar da estabilidade do meio, ao
contrário do que ocorre com os sólidos.

Agustín Ruiz/Divulgação
Pesquisa soluciona matemática sobre trajetória de partículas em líquidos
A descoberta, publicada na revista Annals of Mathematics,
resolve uma conjetura aberta há 50 anos, e inscreve-se dentro da
principal linha de pesquisa para a compreensão dos fenômenos de
turbulência e a estabilidade em mecânica de fluidos.
Em um plano mais próximo, as trajetórias das partículas
demonstradas por ambos pesquisadores do Conselho Superior de Pesquisas
Científicas (CSIC) também são seguidas pelas moléculas atmosféricas.
"Este resultado está subjacente à turbulência que explica os
problemas associados para prever a evolução dos fenômenos atmosféricos e
determinados fatos meteorológicos", explicou um dos responsáveis,
Alberto Enciso, do Instituto de Ciências Matemática.
Além disso, estas trajetórias são aplicáveis aos fenômenos de fusão
nuclear que se produzem no Sol e nos campos magnéticos associados ao
plasma.
Pesquisas suspeitavam que as trajetórias das moléculas eram muito
complicadas, mas até agora não tinham demonstrado matematicamente o que
acontecia nos líquidos, uma dúvida levantada há 50 anos.
As moléculas descrevem linhas de corrente "extremamente complexas",
afirmou Enciso, que junto com Daniel Peralta, também do CSIC, resolveu
um problema cujas bases se remontam há 250 anos, quando o físico e
matemático suíço Leonhard Euler postulou a equação dos fluidos
estacionários batizada com seu sobrenome.
O trabalho de Euler tratava de analisar que leis de movimento regem
o comportamento das partículas de um fluido em estado estacionário.
Portanto, suas pesquisas seriam aplicáveis às moléculas que
conformam o conteúdo de um copo de água; embora o líquido esteja
aparentemente estável, suas partículas estão submetidas a movimentos
contínuos dentro de seu meio.
Na década dos 1960, o matemático russo Vladimir Arnold avançou com a
equação de Euler, o que encorajou à comunidade científica a buscar
soluções matemáticas para explicar algo provado à simples vista, com a
dissolução de gotas de tinta em água.
Pesquisa realizada no site:
http://www.estadao.com.br
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