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sábado, 29 de setembro de 2012

Rio adota tecnologia para ensinar matemática

Direcionado ao ensino médio, programa que utiliza jogos eletrônicos chega primeiro às escolas da rede Sesi/Senai 

 

  Os alunos do Colégio Estadual Compositor Luiz Carlos da Vila, na favela Manguinhos, zona norte do Rio de Janeiro, vão se tornar heróis intergalácticos. Entre uma aula de matemática e outra, defenderão a Terra de meteoros mortais e invasões alienígenas, usando equações, fatoração e outros cálculos.
  A turma participa do projeto que acaba de ser implementado para melhorar a qualidade do ensino de matemática nas escolas: a utilização de games e outros recursos tecnológicos para motivar alunos e professores. Voltado para o ensino médio, o programa chega primeiro às escolas do Sesi/Senai e na rede pública estadual do Rio de Janeiro. Também estará disponível para escolas e professores de todo o Brasil.
  A novidade atraiu o estudante Igor da Silva, de 16 anos, que adora videogame e no futuro pretende ser criador de jogos. "Achei que ficou muito mais fácil de aprender."
Cada aluno recebe um login e senha e assim pode jogar também em casa.
  A estudante Thaiza Soares de Oliveira, de 16 anos, que adora a matéria e pretende ser engenheira, vai aproveitar para mostrar os jogos ao irmão mais novo, de 8 anos. "São maneiras diferentes de aprendizagem, que chamam a nossa atenção e nos divertem bastante."
  Cada tema de matemática possui, em média, cinco jogos. É possível, por exemplo, aprender função quadrática para salvar náufragos no Retângulo das Bermudas, ou ainda aplicar regras básicas dos ângulos e teoremas da circunferência para ajudar uma aranha a tecer sua teia, e calcular porcentagens para que pinguins consigam atravessar um mar de icebergs flutuantes.
No total, são mais de 40 mil questões sobre a disciplina, desenvolvidas pela Mangahigh, empresa fundada por Marcus du Sautoy, professor de matemática da Universidade de Oxford, na Inglaterra.
  Para o professor Marcus Antônio de Oliveira, o método vai garantir maior envolvimento dos seus alunos, que chegam ao ensino médio com uma grande defasagem até em cálculos simples, como a multiplicação. 

"Tem como eu consertar isso apenas dando a matéria? Não. Então eu consigo atraí-los pelos jogos", afirma Oliveira. Aproveitando a onda digital, o professor está montando um blog em parceria com os alunos, com seções para resolver problemas, tirar dúvidas e levar a matemática para as práticas cotidianas dos estudantes. 

  Melhor desempenho. A expectativa é que iniciativas como essa possam ajudar a reverter o baixo desempenho escolar na matéria em todo o País. O Brasil ocupa a 53.ª posição no ranking de matemática do último exame do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), realizado em 2009.

"A dificuldade com a disciplina interfere no raciocínio lógico e é uma deficiência que vai subtrair dessas pessoas a oportunidade de ascensão profissional", afirma Eduardo Gouveia Vieira, presidente da Federação das Indústrias do Rio (Firjan).

  Uma pesquisa realizada pela entidade no ano passado com 600 indústrias mostrou que 90% das empresas enfrentam dificuldades para encontrar profissionais que tenham capacidades como a de resolver problemas, assimilar conteúdo e observar e interpretar dados, aptidões que podem ser adquiridas com o desenvolvimento das habilidades matemáticas.
  O programa Sesi Matemática é apoiado pelo Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (Impa) e pela Firjan, que está investindo cerca de R$ 10 milhões no projeto.
Além de oferecer kits de matemática, acesso aos jogos e formação continuada de professores, o investimento vai permitir a construção da Casa Sesi Matemática, na Barra da Tijuca, uma espécie de museu que vai explorar o tema de forma lúdica e interativa, com inauguração prevista para 2014. 

Pesquisa realizada no site:
 http://www.estadao.com.br

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